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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Exercícios de Frenkel

Os Exercícios de Frenkel para ataxia, aqui apresentados em tradução livre, consistem de uma série de exercícios projetados para ajudar a compensar a inabilidade de saber, sem olhar, onde estão os braços e as pernas no espaço. Estes exercícios foram compilados pela NAF - National Ataxia Foundation (Fundação Nacional de Ataxia dos EUA) e seu texto original pode ser encontrado em Frenkel´s Exercises for Ataxic Conditions.
International Network of Ataxia Friends

Recomendações

Os exercícios são projetados principalmente para coordenação e não para fortalecimento muscular.
Os exercícios devem ser comandados e contados em tom de voz constante e lenta.
É importante que o local seja bem iluminado e que você esteja posicionado de forma a poder enxergar os movimentos de suas pernas.
Evite cansar-se. Cada exercício não deve ser executado mais do que quatro vezes. Descanse entre cada exercício. O exercício todo deve durar aproximadamente 1/2 hora e deve ser feito 2 vezes por dia.
Os exercícios devem ser feitos dentro do alcance normal dos movimentos, evitando-se forçar demasiadamente os músculos.
Os exercícios mais simples devem ser executados adequadamente antes de se prosseguir para os mais difíceis.

Exercícios deitado

Posição inicial: deite de costas na cama ou em uma superfície plana, ao longo da qual os pés possam ser movidos facilmente. Sua cabeça deve estar apoiada em um travesseiro, de forma que você possa observar todos os movimentos.

Movimente uma perna dobrando o joelho e deslizando o calcanhar em direção ao quadril. Volte à posição inicial e repita com a outra perna.
Movimente uma perna como no exercício anterior. Então dobre a perna lateralmente sem deslocar o pé. Retorne a perna para o centro. Volte à posição inicial e repita com a outra perna.
Movimente uma perna dobrando o joelho e erguendo o calcanhar. Volte à posição inicial e repita com a outra perna.
Movimente uma perna dobrando o joelho e deslizando o calcanhar em direção ao quadril, como no primeiro exercício, mas interrompendo o movimento em qualquer ponto sob comando. Volte à posição inicial e repita com a outra perna.
Movimente uma perna dobrando o joelho e colocando o calcanhar sobre o joelho da outra perna. Então deslize o calcanhar do joelho até o tornozelo e de volta para o joelho. Volte à posição inicial e repita com a outra perna.
Movimente ambas as pernas dobrando os joelhos e deslizando os calcanhares em direção ao quadril mantendo os tornozelos unidos. Volte à posição inicial.
Movimente alternadamente as pernas, dobrando os joelhos e retornando à posição inicial, como se estivesse pedalando.

Exercícios sentado

Posição inicial: sente-se em uma cadeira, com os pés no chão.

Levante o calcanhar mantendo a ponta do pé no chão. Em seguida levante o outro pé inteiro e recoloque-o no chão sobre o mesmo local. Alterne os movimentos.
Faça duas marcas de cruz no chão com giz. Alternando as pernas plane o pé em cima do sinal marcado: para frente, para trás, para a esquerda e para a direita.
Aprenda a levantar-se e sentar-se com um certo ritmo. Primeiro, dobre os joelhos e puxe os pés para baixo da cadeira; segundo, dobre o tronco adiante; terceiro, levante-se endireitando os quadris e joelhos e então o tronco. Inverta o processo para sentar-se.

Exercícios em pé

Posição inicial: mantenha-se ereto com os pés separados de 10 a 15 cm.

Deslocar-se lateralmente para a direita com meio passos. Execute o exercício de forma cadenciada: primeiro, transfira seu peso para o pé esquerdo; segundo, desloque o pé direito 30 cm para a direita; terceiro, transfira seu peso para o pé direito; quarto, desloque o pé esquerdo 30 cm para a direita. Repetir o exercício para a esquerda. O tamanho do passo para a direita ou para a esquerda pode ser variado.
Caminhe para frente entre duas linhas paralelas distantes 35 cm, colocando o pé direito sobre a linha direita e o pé esquerdo sobre a linha esquerda, enfatizando a correta colocação dos pés. Descanse depois de 10 passos.
Caminhe para frente, enquanto coloca cada pé adiante em pegadas previamente localizadas no chão. As pegadas devem ser paralelas e distanciadas em aproximadamente 10 cm. Pratique com um quarto de passo, meio passo, três quartos de passo e passo inteiro.
Virando para a direita. Primeiro, eleve a ponta do pé direito girando-o sobre o calcanhar para o lado direito; segundo, eleve o calcanhar do pé esquerdo girando-o sobre a ponta do pé para o lado direito; terceiro, reposicione-se e complete a volta inteira. Repita para o lado esquerdo.
Suba e desça uma escada degrau por degrau, colocando o pé direito em um degrau e depois o esquerdo no mesmo degrau. Depois pratique colocando um pé em cada degrau. No princípio utilize o corrimão; com a melhora de equilíbrio, dispense o corrimão.

Exercícios de braços e mãos

No caso dos braços estarem afetados, utilize um quadro-negro e giz. Desenhe diagramas simples (linhas retas, círculos, linhas em zig-zag, etc.); mude um sinal de menos para um sinal de mais; Várias tábuas de coordenação podem ser utilizadas para melhorar a coordenação dos olhos e das mãos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Quedas e idosos

A prevenção e o tratamento de quedas em idosos. Este tema, como nunca, está em efervescência na comunidade científica mundial, e repetidamente, alguns pontos são retomados, dado sua importância social.

Uma ampla revisão sistemática1 foi estruturada e muito bem apresentada pelo periódico "Clinical Intervention in Aging" (de acesso aberto aqui, mas ainda sem fator de impacto). Os dados apresentados a seguir reforçam muito do que já foi exposto em outras postagens deste site (veja aqui e aqui).

Primeiramente, a identificação de fatores de risco para queda foi exposto como um fator crucial de possibilidade de intervenção preventiva ou elaboração de propostas terapêuticas. Em seguida, os autores dividiram as abordagens em três categorias principais: atuação fisioterapêutica, da terapia ocupacional, e médica. Todas elas embasadas em evidências (eficácia, efetividade) e direcionadas a indivíduos/grupos da comunidade com alto risco de queda, a fim de diminuir o risco e lesões associadas, com comentários sobre custo-efetividade (eficiência).

Fatores de risco:


Fonte
Segundo os autores, identificar indivíduos ou grupos em maior risco de queda é parte importante da estruturação de programas custo-efetivos e mais resolutivos. A história clínica é uma fonte potencial de informações úteis, e a história de quedas prévias é um dos mais fortes preditores de novas quedas. Problemas na marcha (passos curtos, por exemplo), idade avançada, depressão, comprometimento cognitivo, medicação psicotrópica também são fatores preditivos a serem considerados. Problemas de equilíbrio, que podem ser avaliados por escalas funcionais ou testes clínicos simples, de baixo custo, são fatores de risco moderados para queda. Mensurar o tempo de reações de equilíbrio, escala de Berg ou outras escalas, desvios posturais, têm sido apontados como confiáveis.

Fisioterapia especializada:

Programas de exercícios domiciliares têm mostrado melhorar avaliações de equilíbrio, com efeito mantido ao longo do tempo. Foram encontradas boas evidências de que o fortalecimento muscular e treinamento do equilíbrio são efetivos em diminuir quedas e lesões relacionadas (redução de 54% nas quedas, em mulheres acima de 65 anos, acompanhado de redução nas mortes, hospitalização e internação domiciliar em 3 anos de seguimento), como parte de uma abordagem multiprofissional (ajuste medicamentoso e instruções comportamentais). Outras evidências sugerem que exercícios planejados e conduzidos por profissionais especializados, reduzem a incidência de quedas em populações de risco, que vivem na comunidade, e são benéficos mesmo para os mais velhos (acima de 85 anos), além de serem custo efetivos.

Os autores comentaram, também, sobre a possibilidade de ser necessário um programa de manutenção para manter o alcance terapêutico em longo prazo, através de exercícios menos intensos, mas mantidos continuamente, chamado "step-down program". O Tai-Chi foi apontado como uma possível modalidade de intervenção na comunidade, mas, devido principalmente a baixa aderência demonstrada pelos últimos ensaios clínicos, vem sendo questionada.

Terapia ocupacional:

A avaliação e orientação em casa sobre os riscos domésticos para queda foi a principal contribuição da terapia ocupacional nesta perspectiva baseada em evidências de ação multidisciplinar custo efetiva.

Intervenção médica:

Intervenções médicas extremamente simples são efetivas para a redução nas quedas da população em geral e grupos de maior risco. Podem ser implementadas pelos profissionais da atenção básica – clínicos gerias. A suplementação dietética com vitamina D e cálcio tem demonstrado reduzir significativamente a risco de quedas em idosos na comunidade. Psicotrópicos, sedativos, antidepressivos e polifarmácia (mais que 4 medicamentos) está associado ao aumento na taxa de quedas e a ponderar entre o risco/benefício destas abordagens foi levantada no estudo. Referenciar o idoso que necessita para cirurgia de catarata e marcapasso cardíaco também se mostraram efetivos em reduzir quedas.

Estratégias educativas para prevenção de quedas:

Por mais que programas educativos com objetivo de melhorar a conscientização sobre os riscos associados com as quedas, esta abordagem isolada mostrou-se até o momento não é efetiva.

Resumindo:

Existem muitas evidências sobre a eficácia, efetividade e eficiência de programas multifatoriais de prevenção de quedas. São necessários tratar (NNT) 32 pacientes através de uma intervenção simples (modificações domiciliares) para se prevenir uma queda, enquanto que com um programa multidisciplinar, 7 indivíduos já previnem uma queda.

As evidências mais fortes indicam que:

- fortalecimento muscular e treino de equilíbrio como parte de um programa de tratamento personalizado;

- visitas domiciliares por terapeuta ocupacional para recomendações de modificações domiciliares para grupos de alto risco (queda prévia, por exemplo;

- modificações nas prescrições de medicamentos e polifarmácia;

- Cirurgia de catarata ou marcapasso cardíaco, quando indicado.

Finalmente, os autores concluem que estratégias multidisciplinares de prevenção de quedas são eficazes, custo-efetivas, e, se implementadas em programas na comunidade, podem ser proposições atrativas. Á despeito disso, tais programas não têm se sido amplamente usados nos modernos sistemas de saúde. Alguma menção muito tímida sobre estas estratégias foi feita mais recentemente no BMJ2 em um artigo de relato de caso com opinião pessoal sobre o tratamento de idosos com osteoporose pós fratura por queda.
Referências:

1. Hanley A, Silke C, Murphy J. Community-based health efforts for the prevention of falls in the elderly. Clinical Interventions in Aging. 2011; 6: 16-25. Acesse aqui
2. Hossain M, Jobanputra P. Repeated falls and broken bones. 2010 [updated 2010 30 dez; cited 2011 01 jan]; BMJ 2010; 341: c5755 doi: 10.1136/bmj.c5755]. Available from: http://www.bmj.com/content/341/bmj.c5755.full

Postado por Lázaro Juliano Teixeira
Fonte: Fisioterapia em evidencia