Como usar o site????

Coluna da direita:
Vá direto ao ponto: nesta sessão você vê todas as postagens divididas por categorias.
Abaixo se encontram os EBOOKS de fisioterapia, Ebooks são livros e materiais para download.
Arquivos em .rar alguns arquivos se encontram compactados em rar, para abri-los basta baixar o programa winrar procure no google. Para finalizar há alguns sites que exigem um tempo entre cada download, para não ficar esperando basta desconectar e conectar a internet ou reiniciar o computador.

domingo, 26 de dezembro de 2010

O Desuso Aprendido


Existe um fenômeno bastante discutido em neuroreabilitação chamado desuso aprendido. Este fenômeno, mais evidente no membro superior, pode ser observado principalmente em pacientes com hemiplegia devido AVE e lesões de nervos periféricos. É muito comum que estes pacientes tendam a utilizar preferencialmente o membro sadio para realizar tarefas, mesmo quando o membroafetado possui alguma função motora residual.

A teoria por trás deste fenômeno baseia-se no fato de que os déficits motores resultantes de lesões neurológicas não são reultado apenas da lesão em si, mas também dos efeitos de um processo de “aprender a não utilizar um membro”. Como este blog me permite fugir da redação formal de textos científicos, ouso ser dramático em afirmar que o desuso aprendido nada mais é do que a face perversa da neuroplasticidade, é como se passássemos uma borracha sobre o homúnculo de Peinfield, apagando o membro afetado. È mais ou menos como se o paciente perdesse o software cortical do membro enquanto o hardware físico ainda está lá. Sacou?

MAS E DAÍ ?
... e daí que a falta de uso induzida por uma paralisia gerando um "não-uso aprendido", impede ou limita gravemente a recuperação motora, comprometendo assim as possibilidades de reabilitação. Devemos estar atentos a este fenômeno, não só nos pacientes adultos, mas também, e principalmente, nas crianças. É importante frisar que os pacientes pediátricos nem sequer formaram ainda o engrama motor, mas estão com o cérebro fritando em novas sinapses, em um processo conhecido como neuroplasticidade.

Em relação aos conceitos de neuroplasticidade, eu gosto de pensar que dois grandes avanços marcaram a reabilitação neurológica particularmente em relação ao tratamento do desuso aprendido nos últimos anos:
[1] O acúmulo de evidências que sustentam o fato de que a inatividade após uma lesão neurológica é capaz de gerar o desuso aprendido, sendo que este fenômeno é acompanhado por uma reorganização cortical; e
[2] O acúmulo de evidências demonstrando que a estimulação motora ou sensitiva de parte do corpo após uma lesão cerebral também é capaz de gerar uma reorganização cortical (reorganização uso-dependente) e, conseqüentemente, a possibilidade de "conduzir a plasticidade".

MAS NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
Baseado no arcabouço teórico da reorganização cortical, foi criada uma estratégia de tratamento denominada terapia de restrição e indução (TRIM). A TRIM é baseada em estudos iniciais realizados por volta da década de 70 e 80, pelo Dr.Edward Taub. Este estudo, descrito por vários autores, consistiu na realização de rizotomia dorsal em primatas, com a privação das sensações somáticas da extremidade superior. Após a realização de tal procedimento, o animal cessava imediatamente o uso da extremidade desaferenciada, e a restauração do uso foi induzida pela imobilização do membro intacto por vários dias enquanto o membro afetado era treinado.


A TRIM vem demonstrando resultados promissores, por meio de uma melhora significativa da função e do nível de controle motor. A terapia de restrição e indução do movimento se baseia em dois componentes principais:
(a) o treinamento motor intensivo da extremidade superior mais afetada, e
(b) a restrição motora do menos comprometido.

Dicas de leitura.
TRATAMENTO DE RESTRIÇÃO E INDUÇÃO DO MOVIMENTO NA REABILITAÇÃO FUNCIONAL DE PACIENTES PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO.
http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=2&ved=0CBkQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww2.pucpr.br%2Freol%2Findex.php%2FRFM%3Fdd1%3D3385%26dd99%3Dpdf&ei=Xcm8TNjAI4fEnAe8tf3FDQ&usg=AFQjCNEHwOzbsVq6eXZOQf0B3rjrjZarpw


Fonte:http://fisioterapiahumberto.blogspot.com/

autor: Humberto Neto

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Video-Aulas ou Video-Debates em UTI do Albert Einsten

Então gente, passada rápida aqui no Blog, deixo abaixo Links de aulas de ventilação Mecanica, e UTI em geral.
Boa aula.

http://medicalsuite.einstein.br/uticompartilhada.asp

Acessem o link no final da pagina tem as aulas, para acessar cliquem no nome. abraço.

E também deixo o link das diretrizes utilizadas na UTI do HAE.
http://medicalsuite.einstein.br/diretrizes_terapia.asp

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Bioenergética em pacientes críticos - Conceitos básicos

Sabemos a importância de mobilizar o paciente crítico, faz parte da nossa formação minimizar os efeitos deletérios do imobilismo. Entretanto devemos sempre nos deter de um raciocínio mais aprofundado no que diz a respeito a fisiologia do exercício. O conhecimento básico sobre a energia utilizada durante as atividades e sua correlação com o processo fisiopatológico é primordial, bem como o seu custo benefício.
Pois então vamos retornar a conceitos básicos lá no nosso ensino médio, onde o ciclo de Krebs era a nossa dor de cabeça e o que se fale ainda do FAD e o NAD... são o que mesmo ? transporte de elétrons.. há sei lá não vou precisar disso mesmo... enzimas? Não vou ser biólogo para que entender disso.
Não basta entender, temos que deter total conhecimento das POSSIBILIDADES existentes com a manipulação de moléculas celulares, principalmente quando lidamos com pacientes críticos.
Então vamos começar a entender as reações energéticas do organismo (Bioenergética), para que possamos introduzir este conceito em pacientes críticos.


Em geral a célula é constituída
Membrana celular: Barreira semipermeável que separa o meio intra e extracelular, formada basicamente de fosfolipídios e proteínas que servem como intermédio de informação e desencadeamento de reações transmitidas entre os meios.
Núcleo: No qual está contido o “cérebro” celular, com os genes que controlam a síntese protéica responsável pela composição e atividade celular.
Citoplasma: Porção líquida localizada entre o núcleo e a membrana plasmática no seu interior encontra-se as organelas, responsáveis por funções particulares e organizadas, dentre as quais está à mitocôndria – usina celular – responsável pela produção de energia (ATP).


Denominada como unidade básica da vida, a célula é responsável pela produção de sua própria energia para realização de atividades vitais. As reações funcionam como uma engrenagem sendo uma impulsionando a outra, logo temos reações com a adição de energia que são chamadas endergônicas e outras com a liberação energética chamadas exergônicas, as quais estão interligadas/acopladas, com a liberação de energia livre de uma reação sendo utilizada para desencadear a outra.


Figura 1 Exemplo das reações acopladas

As reações envolvendo processo de adição e liberação energética envolve em quase toda cadeia a OXIDO-REDUÇÃO, oxidação referente a remoção de um elétron de um átomo ou molécula e redução à adição de um elétron a um átomo ou molécula. Assim o agente redutor é aquele que doa elétrons e o que aceita o oxidante.
Reações energéticas acontecem de forma incessante no organismo e claro demandando tempo e energia que possuem regulação enzimática, através de moléculas protéicas dotadas sulcos e saliências características chamados de sítios ativos que ajustam ao substrato da reação, sendo análogo ao mecanismo chave e fechadura.
Normalmente o substrato para que o ocorra as reações bioenergéticas são os carboidratos, gorduras e ocasionalmente proteínas.
Carboidratos – Constituídos por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, sendo apresentados como monossacarídeos (glicose e frutose), dissacarídeos (sacarose – glicose + glicose) e polissacarídeos (celulose e amido). Inteligentemente o organismo estoca a energia, principalmente em células musculares e hepáticas, na forma de glicogênio que são centenas ou milhares de moléculas de glicose.
Gorduras – É o combustível ideal para o exercício prolongado e de grande valor energético por unidade de peso com mais do que o dobro dos carboidratos e proteínas. No geral podem ser classificadas como: ácidos graxos – principal fonte de energia das células musculares, triglicerídeos - constituído por três moléculas de ácidos graxos e uma de glicerol, que podem ser quebrados através da lipólise durante a sua necessidade, fosfolipídios – constituem a membrana celular e a bainha de mielina de células nervosas, e por último os esteróides – cujo principal é o colesterol que constitui a membrana celular e os hormônios sexuais, não são utilizados como fonte de energia.
Proteínas – Constituídas por aminoácidos, sendo nove desses não produzidos e precisam ser ingeridos em alimentos, são chamados essenciais. Para a sua utilização como forma de energia a proteína precisa ser clivada na forma de aminoácidos, sendo o principal a alanina que pode ser convertida em glicose no fígado e assim ser utilizada para formação de glicogênio.


Entretanto a célula não utiliza o substrato (glicose) como a sua fonte de energia, é através dele que é gerada uma série de reações para a produção de ATP (trifosfato de adenosina), fonte mais importante de energia celular, que também está estocado, nas células musculares .
A quantidade de ATP armazenado é bastante restrita e precisa de renovação do estoque constantemente e logo que se inicia a atividade muscular. Os acessos a vias de energia para a produção de ATP são:


DEGRADAÇÃO DO FOSFATO DE CREATINA (PC).
DEGRADAÇÃO DA GLICOSE OU DO GLICOGÊNIO - GLICÓLISE
FORMAÇÃO OXIDATIVA DO ATP.


E assim começamos a traçar dois conceitos básicos que envolve a utilização do oxigênio – via aeróbia, oxidativa (3) e a que não envolve o oxigênio via anaeróbica – via anaeróbica (1, 2).
Geralmente num existe uma atividade somente aeróbica ou anaeróbica e sim a predominância metabólica, exercícios rápidos e de alta intensidade envolve anaerobiose, já atividades longas e baixa intensidade o metabolismo aeróbico.
O exercício envolvendo rápida contração muscular requer fonte que esteja pronta ou que possua um estoque de rápido acesso, geralmente não envolve o uso do oxigênio, uma vez que o ATP está estocado e que possui o fosfato de creatinina, mesmo que limitado, pronto para renovar o estoque.


PC + ADP ------------> ATP+ C (enzima catalisada creatino cinase)
Entretando para renovação do sistema ATP-PC somente no período de recuperação do exercício.
A via da glicólise envolve a quebra da glicose ou glicogênio para formar duas moléculas de ácido pirúvico ou do temido ácido lático.
A quebra da glicose envolve uma fase endergônica para o preparo da glicose que após 5 reações é transformada em duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato cada uma dando origem a uma molécula de piruvato (2 no total).


Figura 2 - Glicólise


Observe que a reação possui um saldo de produção de 2 ATP, e aqui entram os tão solidários NAD (nicotinamida adenina dinucleotídeo, derivado da vitamina niacina B3) responsável pela recepção do íon hidrogênio se transformando em NADH, entretanto o NAD é uma molécula transportadora e precisa liberar esse íon para que haja a sua renovação.
Existem duas maneiras para que o NAD seja renovado uma é se houver oxigênio suficiente esse íon pode ser direcionado a mitocôndria e contribuir para a produção aeróbica de ATP tendo como produto final água e CO2, e caso não existam reservas de oxigenação o íon é direcionado ao ácido pirúvico transformando-o em ácido lático de modo que a glicólise possa continuar.


Figura 3 - Recepção do íon H+ transformando o piruvato em ácido lático, catalisado pela enzima lactato desidrogenase.

Existem duas maneiras para que o NAD seja renovado uma é se houver oxigênio suficiente esse íon pode ser direcionado a mitocôndria e contribuir para a produção aeróbica de ATP tendo como produto final água e CO2 e caso não existam reservas de oxigenação o íon é direcionado ao ácido pirúvico transformando-o em ácido lático.
Entretanto a glicólise pode ser considerada o primeiro passo para o metabolismo aeróbico que acontece no interior das mitocôndrias, envolvendo duas vias metabólicas.

CICLO DE KREBS
CADEIA DE TRANSPORTE DE ELÉTRONS


A função do ciclo de Krebs é o término da oxidação dos carboidratos, gorduras ou proteínas com a utilização do NAD e do FAD (flavina adenina dinucleotídeo, derivado da vitamina flavina B2).
A produção aeróbica de ATP pode ser dividida em 3 fazes
- Geração da molécula fundamental de 2 carbonos, a acetil-CoA
- Oxidação da acetil-CoA no ciclo de Krebs
- Fosforilação oxidativa na cadeia de transporte de elétrons, que possui como receptor final dos íons o oxigênio, tendo como resultado final a água.

Figura 4 - Ciclo de Krebs.


Logo em seguida os agentes transportadores entram na cadeia respiratória para refosforilar o ADP em ATP, os átomos de hidrogenio aqui são passados por uma série de transportadores, os citocromos, que durante a passagem do elétron é liberada energia suficiente para refosforilar o ADP em ATP em três locais diferentes.

Figura 5 - Cadeia Respiratória.


De modo que a produção anaeróbica de gera 2 ATP e aeróbica 32 ATP.

Desta forma o organismo respira através das mitocôndrias e transforma energia continuamente para nossas funções. Nada haveria se não houvesse a interação dessas moléculas e suas reações que são auxiliadas por enzimas catalisadoras.
O funcionamento das enzimas é realizado de forma harmônica, mas como o organismo detecta a necessidade de estimular a geração de ATP ou diminuir a sua síntese??? A resposta é: enzimas alostéricas, que regulam a sua atividade de acordo com moduladores que aumentam e diminuem a atividade enzimática.
Normalmente essas enzimas se encontram inteligentemente no começo da reação para quando inibida produtos intermediários da via não se acumule no meio e altere outras funções vitais.


Figura 6 - Fatores moduladores da Bioenergética.

Para exemplificar melhor vou usar um exemplo resumido da contração muscular. Quando se inicia uma atividade muscular a primeira reação mecânica em que se há é o deslizamento entre actina e a miosina graças a quebra de ATP resultando o ADP + Pi, além da liberação de cálcio pelo retículo endoplasmático, que elevam a sua concentração no meio.
Somente nesta instância temos três moduladores, o ADP e Pi responsável pela estimulação da fosfrutocinase e o Ca da isocitrato desidrogenase, que aumentam a atividade glicolítica e do ciclo de Krebs, afim de gerar mais ATP e consequentemente energia para a célula.
Isso claro tudo ocorrendo em condições homeostáticas sem alterações orgânicas clínicas. Contudo, temos que entender que lidamos com disfunções em pacientes criticamente enfermos, e somos responsáveis por grande parte de seu gasto energético.
Minimizamos o efeito do imobilismo, recuperamos precocemente, mas será que estamos selecionando realmente o nosso paciente? Avaliamos custo benefício? a mobilização quando realizada sem critério possui seus efeitos deletérios que muitas vezes podem culminar em mais disfunções.
Vamos então raciocinar um pouco e procurar destrinchar um pouco o assunto.
Devemos sempre lembrar da reserva ventilatória do paciente, mais da metade dos pacientes admitidos em unidades de terapia intensiva necessitam de suporte ventilatório. Vimos que o oxigênio é essencial para recepção de elétrons no final da cadeia respiratória além de desviar a descarga do NAD no interior da mitocôndria evitando a ligação do íon hidrogênio ao piruvato e consequentemente o acúmulo do ácido lático.
Infecção latente, normalmente há, temos consumo energético e gasto de ATP? Não tenha dúvida então vamos começar a acompanhar a dosagem enzimática o lactato desidrogenase é um marcador importante é quando muito alto pode indicar a formação de ácido lático.
Mobilizar neste momento? Talvez ... custo benefício e o efeito da acidose pode nos dizer melhor isso, a atividade muscular por mais passiva que seja ainda assim exige energia e demanda oxigênio, e sobrecarregar o orgarnismo em algumas situações podem ser não ser benéfico, claro que devemos posicionar e até mesmo alongar em determinadas situações.
Temos oxigênio chegando as tecidos? Avaliação da pressão venosa central (PVC) associada a freqüência cardíaca e um exame laboratorial como a gasometria e as vezes um hemograma podem nos ajudar a visualizar melhor o paciente.
A PVC < 12 cmH2O + taquicardia opa... paciente desidratado? Provavelmente, pós-cirurgico a chance aumenta, verifique a quantidade de líquido perdida na cirurgia, ausência de febre + hemograma normal e sem desvio, descarto processo infeccioso. Gasometria revelando acidose metabólica, certamente chegamos a nosso ponto em que a volemia sanguínea não está sendo o suficiente para ofertar oxigênio em tecidos periféricos, associada a possível SIRS, produzindo ácido lático, talvez uma discussão multiprofissional do grande benéfico que este paciente vai ter com a mobilização otimize a nossa terapêutica.
Por outro lado na vigência de infecção a demanda metabólica aumenta devido o gasto energético com aumento de fluxo sanguíneo, da capacitância dos vasos, temperatura, atividade protéica, leucocitária e até mesmo estresse ambiental com alterações do ciclo circadiano também propiciam alterações metabólicas importantes.
Instabilidade hemodinâmica? Muitos pacientes cursam com choque séptico, hipovolêmico, necessitando de drogas vasoativas que quando administradas em doses de moderadas a alta prejudicam de forma clinicamente significante a circulação periférica e conseqüentemente oferta de nutrientes primordiais as células
Níveis glicêmicos alterados? Hiperglicemia... não se esqueça que o exercício libera adrenalina que estimula o AMPc e este a fosforilase, responsável pela quebra de glicogênio em glicose que é lançada na corrente sanguínea aumentando seus níveis e possivelmente efeitos deletérios como os neropáticos, não esquecendo também é claro que o exercício aumenta a sensibilidade insulínica o que pode também regulizar seus níveis glicêmicos.
Alterações hepáticas? Certamente alterações na quebra de glicogênio – fígado gorduroso, a não liberação de energia adequada pode gerar alterações metabólicas que podem levar até ruptura de membranas celulares e liberação de potentes radicais livres e olhe que nem citei agente anti-oxidantes.
Se falarmos em diabéticos ainda vai levar uma vida, mas o objetivo era mesmo fazer uma revisão sobre as condições energéticas e assim introduzir em cada condições fisiopatológica específica e assim aprofundar mais ainda o nosso estudo, mobilizar é preciso, selecionar é preciso.
FONTE:http://fisioterapiaconciencia.blogspot.com/

Postura em quatro apoio.

A cinesioterapia é (ou pelo menos deveria ser) parte fundamental da maioria das sessões de fisioterapia. Além da correta prescrição e progressão dos exercícios terapêuticos, o fisioterapeuta deve prestar atenção especial ao alinhamento biomecânico do paciente. Saber identificar compensações e corrigir a postura durante um exercício é uma tarefa tão importante para o fisioterapeuta quanto saber prescrevê-lo corretamente.

Hoje vou falar sobre a postura de quatro apoios, que é o ponto de partida para muitos exercícios direcionados aos estabilizadores profundos da coluna lombar. Os exercícios em quatro apoios estão se tornando muito populares entre os fisioterapeutas graças aos conceitos de estabilização segmentar (core stability) e Pilates. Além disso, estes exercícios são também bastante utilizados nas sessões de fisioterapia neurológica.
Isso mesmo! Quatro apoios não serve só para malhar bumbum ou pra tratar pacientes com lombalgia. Pessoas com TRM, hemiplégicos e pacientes atáxicos também se beneficiam muito desta postura.

Os exercícios em quatro apoios recrutam grandes grupos musculares, como tríceps, glúteos, abdominais, interescapulares, além dos estabilizadores profundos da lombar e estabilizadores de ombro entre outros. Além disso, desde que realizados corretamente, estes exercícios ajudam bastante no controle neuromuscular.

O objetivo da postagem de hoje é comentar, mesmo que rapidamente, o posicionamento correto e os erros mais comuns que podem ocorrer ao se trabalhar um paciente na postura de quatro apoios.

POSTURA DE QUATRO APOIOS
Inicialmente, precisamos entender que quatro apoios não é a mesma coisa que “ficar de quatro” se assim fosse, atrizes pornô jamais teriam lombalgia ! ! ! !. O posicionamento correto nesta postura é fundamental para se obter o máximo de resultados. Desta forma, vamos ver o que é considerada como uma boa postura em quatro apoios:


#1 - Posição dos Membros:
Parece meio óbvio, mas devemos verificar se os joelhos estão alinhados com os quadris (tanto em termos de flexão/extensão quanto adução/abdução). E se os cotovelos estão posicionados em alinhamento com os ombros e os punhos alinhados com os cotovelos.
O detalhe mais importante referente aos membros superiores é NÃO TRAVAR O COTOVELO EM EXTENSÃO. Isso mesmo, uma leve flexão de cotovelo garante atividade muscular no tríceps braquial. Além disso, mão espalmada, dedos apontando para a frente e cotovelos em rotação externa (olécrano apontando para trás), garantem que os braços trabalhem ativamente para se manterem estáveis, fortalecendo os MMSS como um todo.Na foto acima, podemos ver que embora o membro superior esteja alinhado, os cotovelos estão travados. Assim, não há atividade muscular, e a estabilidade é obtida simplesmente pelo alinhamento ósseo de forma totalmente passiva. Além disso, os membros inferiores não estão alinhados.

#2 – Alinhamento da lordose lombar.
Deve-se estar atento para a presença da lordose lombar aumentada ou invertida. O ideal é ajustar a pelve em posição neutra, com lordose lombar normal (ou o mais próximo possível do normal) Na imagem acima, vemos que as costas formam um arco. Mantendo a coluna em uma longa cifose.


#3 – Escápula e ombros.
Assim como a lombar, é preciso ajustar a cifose lombar normal. Não permitir que o peito paciente “desabe”, deixando as escápulas em adução e elevação. Deve-se corrigir a postura do paciente de modo que as escápulas fiquem bem posicionadas no tórax (evitando que fiquem aladas, ou em adução ou elevação excessivas). O pescoço também não deve ficar afundado. É muito comum que os pacientes elevem os ombros utilizando o trapézio superior

#4 – Alinhamento da lordose cervical
Mesma coisa da lordose lombar, corrija a posição de modo a manter o alinhamento da curvatura cervical, sem se esquecer de orientar o paciente a manter o “queixo pra dentro” (ativação dos estabilizadores profundos do pescoço).



A foto acima é meramente ilustrativa. Ela foi retirada de um site sobre amiotrofia espinhal e nela é possível identificar (de forma bastante exagerada) diversos erros possíveis. Dá pra notar a lombar desabada, falta de alinhamento dos membros, travamento do cotovelo e também a ativação do trapézio superior, mesmo com o apoio para manter a cabeça elevada.


. . . Voilá, se você conseguiu fazer isso tudo parabéns ! Seu paciente estará em uma excelente postura! Caso não tenha conseguido, não se martirize, às vezes gasta-se bastante tempo só pra conseguir conscientizar um paciente para que ele fique na posição de forma adequada. O importante é evitar ao máximo as compensações e posturas erradas.

Antes de terminar, é preciso lembrar que estou me referindo apenas à postura estática em quatro apoios! Existem variações de exercícios onde o terapeuta irá de fato solicitar ao paciente que posicione-se com as pernas mais para trás, ou que arqueie suas costas, que exagere a curvatura lombar... isso tudo vai depender do objetivo terapêutico.

Fonte:http://fisioterapiahumberto.blogspot.com/

autor: Humberto Neto

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Plano de Tto. capsulite adesiva.

Capsulite adesiva ou ombro congelado é, dentre as síndromes dolorosas do ombro, a que mais tem suscitado controvérsias, tanto do ponto de vista diagnóstico como terapêutico. Isso se deve aos aspectos ainda obscuros da sua etiopatogênia, à sua história natural e características clínicas semelhantes às da distrofia simpático-reflexa e a sua associação com doenças aparentemente sem relação direta com o ombro. (1) A capsulite adesiva é frequente causa de dor e incapacidade funcional do membro superior e afeta mais mulheres do que homens durante a quarta, quinta ou sexta década de vida. (3)
A capsulite adesiva, também conhecida como periartrite é caracterizada pelo desenvolvimento de adesões densas e restrições capsulares, especialmente na prega pendente da cápsula, e não por alterações artriticias na cartilagem e osso, como é presente na artrite reumatóide ou osteoartrite. Sua origem é obscura porem sua etiologia varia dentre dois conjuntos, a etiopatôgenia idiopática e a decorrente a grandes períodos de imobolização principalmente pós trauma. (4)
A capsulite adesiva possui 3 fases de transição, o congelando onde gera um quadro álgico intenso esmo em repouso, com limitação dos movimentos por 2 ou 3 semanas, sendo que estes sintomas podem durar até 36 dias. Congelado, presença de dor somente na mobilização, adesões significativas e movimentos glenoumerais limitados, ocorre atrofia do deltóide, bainha rotatória, bíceps braquial e tríceps braquial, com tempo de duração de 2 à 24 meses. (4)
O quadro clínico se caracteriza por dor mal localizada no ombro de início espontâneo, geralmente sem qualquer história de trauma. Essa dor se torna muito intensa, mesmo em repouso, e à noite; ela costuma diminuir de intensidade em algumas semanas. A mobilidade do ombro se torna rapidamente limitada em todas as direções (elevação, rotação interna, rotação externa, abdução). Uma das características sempre presente é o bloqueio total da rotação externa e interna, já que esta patologia ocorre especificamente na articulação glenumeral.(3)

Queixa principal: incapacidade de movimentar o ombro em grandes amplitudes.

Diagnóstico Fisioterapêutico:
• Capsulite adesiva em fase II congelado.
• Limitação de ADM de ombro em todos os eixos de movimento.
• Compensação biomecânica fazendo abdução apenas com a art. escapulo torácica.
. Hipotrofia dos musculos serrátil anterior e romboides
. Encurtamento de peitoral menor

Objetivos:
• Reduzir o quadro álgico.
• Aumentar a mobilidade intra articular.
• Aumentar a ADM do ombro.
• Ganhar força na musculatura relacionada ao complexo articular do ombro.

Condutas:

Ultra Som terapêutico no modo contínuo, intensidade de 0,8 W/cm², freqüência de 1MHz, durante 10 minutos na região anterior do ombro direito. (5)
As aplicações de calor, tais como a diatermia (ultra-som, ondas curtas ou microondas), são auxiliares empregados para alívio da dor e para diminuição da excitabilidade neuromuscular local. Todavia não são os agentes determinantes da recuperação funcional. Os efeitos fisiológicos restringem-se aos aumentos do fluxo sanguíneo local e da distensibilidade tecidual, importantes para a realização dos exercícios. (3)

Exercícios Pendulares de Codman
Os exercícios de Codman são realizados para a mobilidade articular do ombro, pois as técnicas de auto mobilização fazem proveito do uso da gravidade para separar o úmero da cavidade glenoide. Ele ajuda no alivio da dor através de movimentos de leve tração (grau I e II) e dão mobilidade precoce as estruturas articulares e liquido sinovial. (6)
Neste exercício o movimento deve ser realizado de forma passiva na art do ombro, ou seja o paciente usa o corpo e a perna para mexer o braço ou o fisioterapeuta realiza o movimento.
Mas por que o paciente não pode realizar o movimento com o braço? O objetivo da técnica é gerar uma decoaptação articular, se o pacinte realizar a contração essa propriedade não estará presente, não tornando-a tão efetiva.

Mobilização passiva intraarticular glenoumeral e ativo assistida do complexo do ombro.
A mobilização passiva ou ativa é medi. da profilática e curativa. Os exercícios passivos são os procedimentos fundamentais para o aumento de amplitude de movimento. Assim, desempenha importante papel a mobilização passiva oscilatória controlada (MPOC), em que são realizados movimentos acessórios (translacionais) combinados com movimentos fisiológicos (angulares) ao longo de amplitudes indolores de movimento ou próximo ao limite imposto pela patologia. As dosagens da MPOC foram classificadas em graus I e II (analgésicas) e III e IV (alongamento). A analgesia é obtida pela estimulação dos proprioceptores mecanossensíveis das cápsulas das articulações da região do ombro. Quando tais fibras são ativadas, imediatamente ocorre inibição recíproca das fibras de rápida condução dolorosa (A-delta); o alongamento decorre de mobilizações executadas e mantidas próximas ao limite articular disponível. Deverão ser mobilizadas as articulações glenumeral, acromio clavicular, escapulocostal e esternoclavicular. Os movimentos angulares a serem trabalhados constituem-se em abdução em 30° e 40° anterior ao plano coronal (plano escapular), rotações externa e interna. (3)

Exercícios ativo assistido e ativo com objetivo de aumentar a ADM.

Fortalecimento da musculatura do ombro (deltóide, bainha rotatória, bíceps braquial e tríceps braquial) com theraband de acordo com a força do paciente. Adaptação: Realizar o fortalecimento na cadeia diagonal de kabat.

Após alcançar ADM completa – O fortalecimento e a propriocepção consistem na fase final da reabilitação, com a imobilização prolongada e a limitação de ADM, a musculatura responsável por este complexo tende a perder suas qualidades de resistência, força e precisão, necessitando estas serem reabilitadas antes da alta. (7)

REFERÊNCIAS
1. FILHO, arnaldo amado ferreira. Capsulite adesiva. Rev Bras Ortop — outubro de 2005.
2. Valenzuela Neto, Cezar. Fisioterapia na capsulite adesiva do ombro. Fisioter. mov;13(1):49-60, abr.-set. 1999. ilus, graf.
3. KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Manole, 1998.
4. LECH OSVANDRÉ, SUDBRACK GUILHERME, NETO CESAR VALENZUELA Capsulite adesiva ("ombro congelado") Abordagem multidisciplinar. Rev Bras Ortop — Vol. 28, Nº 9 — Setembro, 1993
5. Macedo, Jordano Leite Cavalcante de. Fianco, Karla Cristina. Silva, Klaus Avelino Santos. EVOLUÇÃO CLÍNICA FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE COM CAPSULITE ADESIVA DE OMBRO. http://www.novafapi.com.br/eventos/jic2006/trabalhos/FISIOTERAPIA/P%F4ster/20%20%20EVOLU%C7%C3O%20CL%CDNICA%20FISIOTERAP%CAUTICA%20EM%20PACIENTE%20COM%20CAPSULITE%20ADESIVA%20DE%20OMBRO.pdf Acessado em 10 de agosto de 2010.
6. SPASSIM, Mateus Valdir. GAVIOLLI, Cristina. Intervenções Fisioterapêuticas na Capsulite Adesiva ou Ombro Congelado. Acessado em 10/08/2010 no link http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/reumato/capsulite_matheus/capsulite_matheus.htm
7. PRENTICE, William E.; VOIGHT, Michael L. Técnicas em reabilitação musculoesquelética. Porto Alegre: Artmed, 2003.


Então o que acharam? deixem seus comentários suas opiniões.
Não coloquei imagens pois são tácnicas ja conhecidas.

Me encaminhem seus planos de tto de qualquer area

Planos de Tratamentos

Quem é vivo sempre aparece e quem ta morto também, rsrsrs
Então Doutores e Doutoras peço desculpas pela minha ausência, o motivo desta é apenas...
1 TCC
2 Trabalho
3 Faculdade
4 Estudos pra faculdade
5 Artigos

Então como pedido de desculpa vou lançar uma nova categoria aqui no Blog, Planos de Tratamentos.
Estes planos de trtamento são planos focalizados a patologias que atendemos durante o curso, mas por que fazer isso?

Então meu real objetivo é gerar discussão...

Discussão sobre tecnicas, sobre a forma de tratamento, opniões, e conceitos.
Como vai funcionar, postarei alguns planos de tto, a discussão sera relizada através dos comentarios de cada postagem.
Outra coisa preciso que vocês me encaminhem alguns planos de tto, assim deixamos essa ideia na ativa.
MANDEM SEUS PLANOS DE TRTAMENTO PARA: gdfreitas89@hotmail.com com seu nome e se quiser de onde é e onde estuda, fico grato.

Abraços a todos e aguardo as discussões e os planos de tto.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

As funções sexuais nas lesões medulares



Introdução
A abordagem desse tema geralmente acontece com um profissional que o paciente sente mais afinidade. Tema este que deve ser conhecido pelo profissional da saúde para aconselhar e esclarecer o paciente da forma mais natural possível.


Profissionais da área da saúde precisam ter cuidado para que as pessoas com incapacidade física possam aprender mais sobre si mesmas, não se limitando a informações focais ou generalizadas, quando não errôneas, a respeito de suas incapacidades físicas. A falta de orientação do paciente, muitas vezes deve-se a falta de orientação profissional.


A trajetória da atividade sexual após lesão medular inclui um período de assexualidade, seguido por um período de redescoberta que ocorre durante o tempo de reabilitação. Apesar de ocorrer um período de “luto sexual” é recomendado um período espera e quando sentir-se pronto dar início à reabilitação da vida sexual.


A resposta sexual masculina
A resposta sexual está diretamente relacionada com o nível e a abrangência da lesão. Da mesma maneira que a função vesical e intestinal, as capacidades sexuais são divididas de modo amplo entre lesões de neurônio motor superior (NMS) e lesões de neurônio motor inferior (NMI).


Capacidade erétil
Há dois tipos de ereção: a reflexogênica e a psicogênica. As ereções reflexogênicas ocorrem em resposta a uma estimulação física externa dos genitais ou períneo. É necessário um arco reflexo intacto (mediado por S2, S3 e S4). As ereções psicogênicas ocorrem por meio de atividade cognitiva, como fantasias eróticas. Elas são mediadas pelo córtex cerebral através dos centros medulares toracolombar ou sacral.


Ejaculação
Há uma incidência mais alta de ejaculação em pacientes com lesões de NMI que em com lesões de NMS, entre lesões de nível baixo versus lesões de níveis mais altos, e lesões incompletas em comparação com completas.


Historicamente, poucos pacientes com lesão medular são capazes de gerar filhos. Esse baixo nível de fertilidade está associado com um comprometimento na espermatogênese e uma inabilidade de ejacular. Contudo, evidências recentes sugerem melhora da resposta ejaculatória e uma qualidade mais alta de sêmen por meio de estimulação vibratória. As amostras produzidas são usadas para inseminações intra-uterinas.


Orgasmo
O orgasmo e a ejaculação são dois eventos separados. O orgasmo é um evento cognitivo, psicogênico, enquanto a ejaculação é um evento físico. Existem problemas metodológicos pela falta de critérios para definir orgasmo, e diferenciar orgasmo de ejaculação e uma explicação fisiológica de como se chega ao orgasmo sendo um paciente com lesão medular completa. Atualmente não existem dados acurados disponíveis sobre os efeitos da lesão medular no orgasmo.


A resposta feminina
As respostas sexuais femininas também seguem um padrão relacionado com a localização da lesão. Em pacientes com lesões de NMS, o arco reflexo permanecerá intacto. Portanto, os componentes do despertar sexual (a lubrificação vaginal, engurgitamento dos lábios e ereção do clitóris) ocorrerão por meio de estimulação reflexogênica, porém a resposta psicogênica será perdida como no homem.


Menstruação
O ciclo menstrual é tipicamente interrompido por um período de mais ou menos de um a três meses após a lesão medular. Depois desse período, o fluxo menstrual retorna ao normal.


Fertilidade e gestação
O potencial para concepção permanece preservado. A gestação deve ser rigorosamente planejada pelo alto risco de comprometimento respiratório. Devido a alteração da sensibilidade, o trabalho de parto não será sentido, mas deverá ser percebido. O trabalho de parto pode precipitar o aparecimento da disreflexia autonômica. Tudo isso pode ser minimizado com um internamento hospitalar prematura antes do parto.


As contrações uterinas são controladas por ação hormonal e não são afetadas pela paralisia, mas a ação da musculatura abdominal estará paralisada, o que poderá aumentar o trabalho de parto em caso de parto natural.


Orientações para reabilitação
Nos casos de lesão medular, o intercurso sexual pode não se processar de modo espontâneo, faz-se necessária uma preparação, como esvaziamento da bexiga, adequação de posição, etc. O deficiente físico pode e deve procurar sua satisfação sexual. A ênfase no genitalismo como única forma de expressão e gratificação sexuais pode ser trabalhada na reabilitação, desde que haja interesse e o movimento seja adequado para o cliente, bem como se faz necessário ter profissionais aptos a trabalharem com as questões emergentes.


A importância de conhecer as zonas erógenas potencialmente causadoras de satisfação após a lesão é aconselhada por diversos autores. Estes autores referem que a sexualidade possui outras implicações, conectadas intimamente com especificidades emocionais, que deve ser explorada por uma atividade diversificada. A alteração da sensibilidade perineal pode ser substituída pela exploração e descoberta de novas zonas erógenas.


Não raramente, a dependência física é acompanhada por dependência emocional, levando o indivíduo a afastar-se do processo de busca de sua integridade psíquica que muitas vezes é abalada. Alguns apresentam atitude de negação da realidade, grandes expectativas, etc.


Alguns comportamentos são esperados, como por exemplo: negação da própria deficiência e depressão reativa conseqüente da perda da autoestima, mas podem, com o tempo e devido tratamento, ser substituídos pela aceitação da realidade.


Existem alguns aspectos que passam por um processo de adaptação e estão fortemente relacionados à sexualidade: imagem corporal, auto-estima e identidade sexual. O ajuste sexual desempenha papel importante, justamente por estar interligado com a auto-estima. Podem aparecer também sentimentos de vergonha, medo, considerando alguns que sua deformidade venha a ser motivo de rejeição social e sexual, podendo acarretar em isolamento por parte do portador de lesão medular, contribuindo para dificuldades no ajuste sexual.


Com a instalação da deficiência, muitas vezes se faz necessário ocorrerem novas adaptações no relacionamento sexual que, se não forem discutidas e experimentadas, poderão resultar numa inadequação sexual, o que pode significar um prejuízo para a reabilitação global da pessoa.


A falta de disposição de um paciente para falar sobre sexualidade não significa, necessariamente, falta de interesse, podendo estar ansioso ou temeroso sobre as implicações sexuais acarretadas pela incapacidade física, ou pode ainda não ser o momento adequado para se trabalhar esse aspecto.


Segundo Krusen, a sexualidade é uma questão que faz parte da saúde e bem-estar de um indivíduo. A reabilitação preocupa-se com o paciente integralmente e, portanto, a sexualidade, como função natural, faz parte desse todo. O processo de ajustamento sexual varia de acordo com cada paciente e depende de alguns fatores, incluindo ajustamento psicológico prévio, qualidade do sistema de apoio, idade, sexo, saúde física, sistema de crenças e tipo de lesão.


Conclusão
A obtenção da satisfação sexual por estimulação dos órgãos sexuais por si só não é determinante da satisfação sexual de forma geral, havendo outros fatores que podem interferir positiva ou negativamente nessa busca, compondo um complexo que pode envolver capacidade criativa, capacidade de imaginação, compreensão da parceira, etc.

A relação sexual da pessoa com lesão medular deve ser fundamentada numa visão ampla de sexualidade, não somente no ato sexual em si, mas em atitudes que englobam sensibilidade espiritual, não somente física, entre comportamentos, emoção e amor. Após uma lesão é necessário redescobrir-se, descobrir a si mesmo, a sua nova condição física e extrair a melhor função apesar das limitações impostas pela lesão.

Pessoalmente, aprendi mais sobre sensibilidade com meus pacientes do que jamais poderia ensinar a eles. Não estou me referindo sobre a sensibilidade que é óbvia, a física e que pode ser testada com um mapa dermatométrico. Falo de sensibilidade de verdade, o sentir o mundo com ternura e afeição. Talvez uma pessoa não possa sentir o toque, o abraço e a caricia como antes, mas certamente ela não perdeu o dom da sensibilidade. Existem outras formas de sentir.


Referências
ALVES, A. S. Um estudo sobre a satisfação sexual de pessoas portadoras de lesão medular. Acta Fisiátrica 6(1): 6-9, 1999.
GARRETT, A. Da actividade sexual à sexualidade após uma lesão medular adquirida. Rev. Da Faculdade de Ciências da Saúde. Porto: 2009.
O’ SULLIVAN, S. Avaliação e tratamento. São Paulo: Editora Manole.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Método Klapp para alterações vertebrais.

Rudolph Klapp, pediatra alemão, estudou os animais e observou que os quadrúpedes não apresentavam escoliose, então quis adotar essa posição nos humanos e pediu que todos andassem de "quatro". Observou também os desvios da coluna nos planos frontal e sagital e que na posição bípede os humanos podem apresentar escoliose pela ação da gravidade.
Os seus exercícios se baseiam no : treinamento e fortalecimento da musculatura do tronco na posição de "gatas" e joelhos. As extremidades, coxo-femurais e escápulo-umerais não são imobilizados (mobiliza para atuar na coluna) pelo Fisioterapeuta. São utilizados para amplos movimentos (a coluna fica fixa).

* Princípios básicos :

1) Relaxamento dentro da posição inicial;
2) Sucessão de fases : mobilização, alongamento, fortalecimento, correção (deslocamento dinâmico);
3) Movimento braço-mão precede, em geral, o deslocamento do joelho;
4) Limite do equilíbrio (dentro de uma posição/deslocamento possível);
5) Coxa de sustentação (mais próxima da vertical para manter a retroversão do quadril);
6) Ponta do pé (desliza sobre o chão);
7) Equilíbrio entre a tração cervical e retroversão;
8) Pequenos grupos;
9) Comando de voz (muito importante);
10) As cinturas voltam obrigatoriamente à horizontal.

* Fundamentos da técnica :

1) Movimentos em linha reta;
2) Material para proteger as articulações;
3) Roupas adequadas e que exponham melhor o corpo;
4) Intercalar exercício respiratório e relaxamento;
5) Posição inicial :
* Apoio sobre os joelhos e mãos
* Braços estendidos
* Dedos das mãos para frente
* Mãos apoiadas em distância biacromial
* Cabeça em extensão axial
* Ângulo reto entre coxa e perna
* Ponta dos pés em contato com o solo

* Contra-indicações :

- Limitação de movimento, hiperfrouxidão ligamentar, quadro álgico aumentado, cervicalgia aguda, etc.

* Exercícios :

1º) Engatinhar ou marcha em 4 apoios

- posição inicial : 4 apoios;
- deslocamento feito em marcha cruzada em avanço alternando mão e joelho do lado oposto;
- ao avançar, o joelho deverá estar inteiramente ao lado da mão;
- os joelhos deslizam sem deixar o chão;
- os cotovelos permanecem estendidos;
- a cabeça segue a movimentação lateral do tronco;
- olhar em direção ao joelho avançado;
- o braço impulsionado descreve um semi-círculo com a curva para fora razante ao chão;
- dedos voltados para frente.

2º) Deslizar

- posição inicial : 4 apoios;
- o tronco é inclinado em posição baixa;
- cotovelos estendidos para frente;
- mãos deslizam para frente sobre o solo ficando bem afastadas do tronco;
- as coxas permanecem verticais durante todo o movimento.

3º) Deslizar com movimento de cobra

- Idem "deslizar", só que no deslocamento a marcha é cruzada.

4º)Pulo do coelho

- Posição inicial : 4 apoios;
- Levantar o tronco até a vertical mantendo os braços elevados ficando de joelhos;
- Abaixar o tronco mantendo os cotovelos no mesmo plano e estendidos até tocar as mãos no chão;
- Pular para frente : os joelhos são trazidos para frente por u salto contraindo os músculos abdominais, indo para trás das mãos;
- Voltar à posição inicial com deslizamento simétrico ou não das mãos à frente.

5º) Virar o braço

- posição inicial : 4 apoios;
- com os braços alongados para frente sem apoio dos cotovelos;
- estender um dos braços levando-o para trás e para o alto (mantendo o cotovelo estendido), olhando para ele;
- abaixar o braço;
- olhar para frente;
- realizar o pulo.



6º) Arco grande

- posição inicial : 4 apoios;
- alongar o braço direito diagonal à frente (para a esquerda);
- o joelho esquerdo dá um passo à frente enquanto que o cotovelo esquerdo flete a 90º e fica ao lado do joelho esquerdo;
- estender a perna direita levando a ponta do pé direito para trás da perna esquerda;
- fazer a rotação externa da coxofemural direita;
- o tronco permanece bem inclinado;
- ombros em linha horizontal;
- cabeça erguida olha a mão esquerda;
- levar a mão esquerda para frente;
- a perna estendida (direita) dá um passo;
- o braço direito volta para direção do joelho direito.

7º) Engatinhar perto do chão ou marcha em 4 apoios baixos com mergulho e extensão

- posição inicial : 4 apoios com cotovelos fletidos à 90º, dedos das mãos para frente;
- cabeça erguida;
- "pular" para frente com as mãos;
- um dos joelhos faz um pequeno passo;
- cifose total do tronco que se desloca para trás;
- aproximação do nariz ao joelho avançado;
- estender progressivamente o tronco bem perto do chão.

8º) Grande curva

- posição inicial : 4 apoios;
- levar com um impulso para trás e cima o braço direito até a posição vertical;
- manter a palma da mão direita voltada para dentro;
- dar um passo à diante com o joelho esquerdo indo até a mão esquerda;
- neste momento, a mão esquerda fica apoiada sobre os dedos;
- a cabeça vira para mão que está no chão;
- fletir o cotovelo esquerdo;
- descer o braço direito para o lado esquerdo mantendo o cotovelo estendido;
- o braço direito volta para o lado direito numa meia volta sem levar junto o tronco.

9º) Marcha em 4 apoios com lançamento do braço à frente e extensão da perna

- posição inicial : 4 apoios;
- passo com o joelho esquerdo junto à mão esquerda;
- braço direito é estendido ao longo do tronco mantendo a palma da mão para fora;
- com um impulso, levar o braço direito para frente e estender simultaneamente a perna direita;
- a cabeça para a mão que está no chão.

10º) Andar de joelhos com extensão

- posição inicial : ajoelha com braços abertos horizontalmente;
- flexionar o tronco até a posição horizontal;
- um dos joelhos dá o passo;
- braços são lançados para frente ao longo da cabeça e do tronco;
- "mergulhar" o tronco ( a cabeça vai em direção ao joelho avançado) estendendo simultaneamente os braços;
- voltar a posição inicial.



Copyright © 2001 - World Gate Brasil Ltda.
Fonte: www.wgate.com.br/fisioweb
Escrito pela acadêmica: Michelle de Souza Ferreira
orientado por: Blair José Rosa Filho

Se interessou pelo assunto? Segue abaixo um artigo que relata resultados pós uso do Klapp.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Exercicios e artrose de joelho - ligando evidência e prática

A revista Physical Therapy iniciou em janeiro de 2010 uma série de artigos que investiga temas de reabilitação baseando suas discussões e conclusões em evidências científicas. Esta proposta chama-se Linking Evidence and Practice , o que pode ser traduzido como Ligando Evidência e Prática. Esta é a tradução livre do segundo artigo, o qual tenta responder a uma questão bastante simples: Exercícios podem ajudar um paciente com artrose moderada bilateral de joelhos?


INTRODUÇÃO
A osteoartrose, ou simplesmente artrose é uma das principais causas de deficiência, particularmente na população idosa. A dor e a limitação funcional são as principais queixas dos pacientes. Diretrizes internacionais recomendam o tratamento conservador como conduta inicial, incluindo uso de medicamentos, exercícios, orientações e perda de peso. Neste contexto, os exercícios são utilizados para tratar problemas específicos como a redução da amplitude de movimento, limitação de atividades, e adiminuição da força muscular e do condicionamento aeróbico.

Leve uma lição para casa
Fransen e McConnell realizaram uma revisão sistemática Cochrane para avaliar os benefícios do exercício na osteoartrose de joelho considerando 2 critérios básicos: dor e função física (Tab. 1). Nesta revisão, foram incluídos 32 ensaios clínicos quase-randomizados controlados que comparam os exercícios a uma intervenção sem exercícios. Os resultados mostraram pequeno benefício dos exercícios na redução da dor e na melhora da função física. Pelo fato dos estudos variarem enormemente na modalidade e dosagem de exercícios, não foi possível sugerir uma estratégia de exercícios ótima. Entretanto, pode-se afirmar que a maioria dos estudos ofereceu um programa baseado no fortalecimento, com ou sem exercícios de amplitude de movimento ou aeróbicos. Observou-se que o fortalecimento muscular dos membros inferiores, os exercícios aeróbicos, ou uma combinação dos dois parecia ser igualmente eficaz para a melhoria da dor e função física.




Tabela 1- Exercício para a osteoartrose do joelho: Resultados da Cochrane Review
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- 32 Ensaios clínicos controlados, randomizados e quasi-randomizados foram incluídos, 3.616 participantes forneceram dados referentes a dor e 3.719 participantes para a função física auto-relatada.
- Os participantes destes estudos preencheram os critérios diagnósticos de artrose de joelho estabelecidos pelo American College of Rheumatology ou relataram dor em joelho e foram recrutados na comunidade ou em clínicas de ortopedia, reumatologia e fisioterapia.
- Os estudos compararam exercícios com qualquer outra intervenção que não envolvesse exercícios (mais comumente: sem tratamento/ fila de espera ou programas de orientações). Os programas de exercícios variaram bastante em relação à execução (individual VS em grupo), tipo de exercícios e intensidade. 20 estudos incluíram exercícios de fortalecimento, e 9 incluíram exercícios aeróbicos em seus programas de exercícios.
- Somente os dados da avaliação mais imediata após o período de tratamento foram relatados. Em geral, os exercícios proporcionaram pequeno benefício em reduzir a dor e melhorar a função física
Dor:
Houve um benefício pequeno, porém estatisticamente significativo a favor dos exercício (Média da diferença = 0,40, intervalo de confiança 95% = O,30 - 0,50). A escala mais comum para mensuração da dor foi a sub escala de dor do Western Ontario e McMaster Universities Osteoartrite Index (WOMAC) (15 estudos), seguido pela escala visual analógica (9 estudos).
Função física auto-declarada
- Houve um pequeno e benefícios estatisticamente significativos para o exercício (media da diferença = 0,37, intervalo de confiança de 95% = 0,25-0,49). A mensuração da função física foi feita mais freqüentemente utilizando a sub escala função física do WOMAC (17 estudos)." De um modo geral, o tipo, intensidade e dosagem dos exercícios não influenciaram os resultados, exceto que um maior número de sessões de contacto entre fisioterapeutas e pacientes aumentou o efeito do tratamento.
- Estudos com desenhos mais rigorosos (por exemplo, estudos cegos, com amostra maior) produziram efeitos menores, embora ainda estatisticamente significativos
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Esta revisão tinha algumas limitações: Somente estudos em inglês foram incluídos, e apenas os resultados de curto prazo foram analisados (sem follow up). Ensaios clínicos randomizados, publicados desde a revisão Cochrane de 2008 encontraram efeitos benéficos similares a favor dos exercícios. Entretanto, uma revisão sistemática que investigou os benefícios a longo prazo mostrou que o exercício não tem um efeito significativo na dor ou na função física após 6 meses (isto é: os pacientes do estudo só praticaram exercícios durante o período de estudos, sendo reavaliados 6 meses após interromper as atividades), salvo quando sessões extra de exercícios foram aplicadas (ou seja, retornou ou manteve os exercícios após o término da pesquisa)



Exercícios podem ajudar este paciente?
Sr. S é um homem de 55 anos, com história de dor bilateral em joelhos nos últimos 3 anos, de caráter progressivo, sendo pior à esquerda. Ele informou que nos últimos 3 meses estava trabalhando em tempo integral, sentado em uma mesa na maior parte do dia (trabalho sedentário), seu peso aumentou 10 kg e seus sintomas pioraram significativamente. O Sr. S relatou a dor em joelho esquerdo como sendo 6 de 10 na escala visual analógica (Tab. 2), ele estava usando uma bengala para caminhar e tinha sintomas à noite, rigidez matinal que se resolvia após cerca de 15 minutos, e sintomas que se pioravam ao longo do dia .

Sua dor era agravada por andar mais de 15 minutos, ao subir ladeiras e também por longos períodos sentado. O Sr. S encontrou alívio usando uma bengala, movendo seus joelhos quando sentado, e tomando em doses regulares de um medicamento anti-inflamatórios não esteróides e paracetamol, As radiografias mostraram uma diminuição do espaço articular na região medial do joelho, com formação de osteofitos. Em geral, sua apresentação foi consistente com artrose moderada.

O Sr. S informou que tinha ligeira dificuldade em realizar suas atividades diárias. Na escala funcional paciente-específica (Patient-Specific Functional Scale ), que vai de 0 a 10, onde uma pontuação de 0 indica "incapaz de realizar a atividade" e 10 "capaz de realizar a atividade no mesmo nível que antes", ele identificou três atividades que ele tinha dificuldades: caminhar em uma superfície plana, subir ladeiras, e permanecer sentado (Tab. 2). O Sr. S não tinham limitações na ADM do joelho, porém relatava dor ao final do arco de flexão do joelho esquerdo. A extensão do joelho foi ligeiramente mais fraca do lado esquerdo. Ele também tinha encurtamento muscular na panturrilha e isquiotibiais, mais evidentes à esquerda.

Como os resultados da revisão sistemática Cochrane se aplicam ao Sr. S?
Os exercícios são recomendado como parte dos cuidados iniciais para a artrose, e os resultados da revisão Cochrane apóiam a utilização de exercícios. O próprio Sr. S afirmou que não tinha rotina regular de exercícios, e que seu objetivo era adotar um regime de exercícios adequados que pudessem ajudá-lo a melhorar sua habilidade de andar e diminuir sua dor.

O Sr. S começou um programa de exercícios que incluíram fortalecimento de quadríceps e glúteos e alongamento dos músculos da panturrilha e isquiotibiais. A dosagem para o fortalecimento e alongamento foi baseada nos achados do exame físico, e os exercícios foram progredidos para exercícios funcionais com aumento da resistência, conforme ele melhorava. Estes exercícios incluíram exercícios de sentar e levantar, exercícios no step com ênfase no bom alinhamento dos membros inferiores, e exercícios de resistência para o músculo glúteo médio na posição em pé com um Thera-Band azul.* Após quatro semanas, ele foi capaz de iniciar um programa de caminhada, começando com 20 minutos em dias alternados, e progredindo 5 minutos caso não houvesse piora dos sintomas, até o momento que pudesse tolerar confortavelmente 45 minutos, ele também conseguiu uma bicicleta estacionária emprestada e foi incentivado a usá-lo por no máximo 20 minutos, 3 vezes por semana. Ao longo deste período, o Sr. S recebeu informações sobre a osteoartrose e a importância dos exercícios e da perda de peso.

Quão bem os resultados da intervenção prevista para o Sr. S coincidem com aqueles sugeridos na revisão sistemática?
Após oito semanas de fortalecimento, alongamento, caminhada e exercícios de bicicleta, o Sr S relatou uma diminuição na sua dor. Sua função física melhorou. A diminuição da dor na escala analógica visual e a melhora na função física na Escala Funcional Paciente-Específica foram maiores do que a diferença mínima clinicamente significativa para cada escala (Tab. 2). O Sr. S relatou que agora ele era capaz de caminhar por quase uma hora antes de precisar descansar e raramente precisava usar a bengala.

Você pode aplicar os resultados da revisão sistemática Cochrane aos seus próprios pacientes?
Os achados da revisão Cochrane aplicam-se bem ao Sr.S. Ele tinha déficits específicos que poderiam ser resolvidos com exercícios, além disso, ele estava entusiasmado por um programa de exercícios para melhorar a sua condição. Como uma pessoa de meia idade cujos sintomas eram moderados, porém agravados pelo estilo de vida (o sedentarismo e aumento do peso), o Sr. S é um paciente típico com osteoartrose. Portanto, os benefícios de exercício podem ser esperados de pacientes que seguem um programa de exercícios. A revisão Cochrane mostra que as variações do tipo de exercício, do conteúdo e dosagem não influenciam os resultados, o que significa que os fisioterapeutas podem adaptar os exercícios para o paciente individualmente (por exemplo, programas de exercícios domiciliares Vs academia de ginástica, exercícios de fortalecimento versus exercícios aeróbios vs tai chi).

O que pode ser recomendado com base nos resultados desta revisão sistemática?
Pacientes com osteoartrose de joelho muitas vezes experimentam dor e problemas em atividades que envolvem o membro inferior ou posturas prolongadas (por exemplo, sentar-se), bem como a rigidez após uma noite de sono. Exercício podem ajudar estes déficits específicos. A osteoartrose de joelho é também uma condição potencialmente deteriorizante e sem tratamento curativo. Portanto, os pacientes com osteoartrose de joelho podem se beneficiar de exercício no manuseio desta desta condição a longo prazo. É papel do fisioterapeuta prescrever exercícios adequados aos objetivos do paciente, estilo de vida e estado geral de saúde, além de garantir que o programa de exercícios seja progressivo e desafiante. Os benefícios dependem da adesão do paciente ao programa de exercícios. Até o momento, evidências mostram que, embora o exercício sejam benéficos a curto prazo na redução da dor e melhorando a função física, estes benefícios podem não persistir no longo prazo. Portanto, estratégias para aumentar a adesão a longo prazo para o exercício, como a adição de sessões de reforço, podem ser necessários para maximizar os benefícios do exercício para pessoas com artrose do joelho.
acesse o artigo original aqui

Fonte: oguiadofisioterapeuta
Postado por Humberto Neto.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ventilaçã Mecânica alguns tópicos

MODOS VENTILATÓRIOS.

Assistência ventilatória pode ser entendida como a manutenção da oxigenação e/ou da ventilação dos pacientes de maneira artificial até que estes estejam capacitados a reassumi-las. Esta assistência torna-se importante para os pacientes submetidos à anestesia geral e para aqueles internados nas unidades de terapia intensiva com insuficiência respiratória.

Atualmente, a ventilação mecânica consiste em uma fonte de temor constante para quase todos graduandos de último período do curso de fisioterapia. Quase sempre encarados como “um bicho de sete cabeças” mostra-se depois de um período de estudo como um aparato simples e extremamente útil para a manutenção da vida em UTI.

Talvez o que mais impressione não consista no ventilador mecânico propriamente dito, mas sim o ambiente encontrado em UTI…

Procurarei aos poucos e com a colaboração de muitos, desmitificar esse nosso companheiro fiel na labuta dentro da unidade de tratamento intensivo.
Modo ventilatório a volume-Controlado ou Pressão-Controlada.
O Ventilador inicia e termina a inspiração de acordo com o tempo subordinado e freqüência respiratória preestabelecida, o ventilador determina o volume corrente, fluxo inspiratório e relação do tempo inspiratório e expiratório.
Ventilação Assistido-Controlada:
O início da inspiração é determinada por fluxo ou pressão negativa gerada pelo esforço do paciente. A freqüência respiratória, tempo de inspiração e expiração são vinculado ao drive do paciente. Deve se ajustar a sensibilidade que regula o nível de esforço respiratório mínimo do paciente para iniciar a inspiração 0,5 - l,0 cmH2O, quanto mais negativa a sensibilidade maior o trabalho muscular'.
Ventilação Mandatória Intermitente (IMV):
É uma combinação de ciclos espontâneos e ciclos assistidos com volume corrente previamente ajustado. Desta forma uma freqüência de suporte é utilizada em intervalos fixos, e entre esses ciclos o paciente pode respirar espontaneamente ar enriquecido com oxigênio.
Ventilação com Pressão Controlada (PCV):
Modo ventilatório em que a pressão inspiratória é previamente ajustada, bem como o tempo inspiratório e a freqüência respiratória de backup. 0 paciente ventila de modo assistido-controlado, entretanto o volume corrente não é garantido pelo ventilador.
Ventílação com Pressão de Suporte (PSV):
É uma forma de pressão positiva intermitente que é previamente ajustada e liberada a cada esforço inspiratório do paciente. É um modo de ventilação puramente espontânea, exige que o paciente tenha um bom drive respiratório. Não se ajusta a freqüência respiratória mínima e não se sabe o volume corrente. Ventilação ideal para o desmame com grande aceitação.
Ventilação Com Escape de pressão nas vias Respiratórias (APRV):
É um sistema CPAP modificado, a ventilação se da a níveis de CPAP pre determinada e adequados a melhor troca gasosa. Períodos curtos de escapes de pressão passiva e perda de CO2. O paciente pode respirar espontaneamente.
Ventilação com Pressão de Suporte e Volume Garantido (VAPSV):
Modo ventilatório com Fluxo livre e um Fluxo ñxo quadrado com volume Corrente pré- ajustado.

Ventilação de Alta Freqüência:
É uma forma de ventilação que uma cânula é inserida através do tubo endotraqueal ou da membrana cricotireoidea que libera gás enriquecido com 02 em freqüência de l00 a 350 ciclos pó minuto.

1. BARBAS, C.S.V.; ROTHMAN, A.; AMATO, M.B.P.; RODRIGUES Jr.,M. Técnicas de assistência ventilatória. In: KNOBEL, E. Condutas no paciente grave. São Paulo. Atheneu, 1994. p.312-346.

Acesse o link abaixo e assista a aula de ventilação mecânica ministrado no I Curso de ventilação mecânica da Fcecon.
http://docs.google.com/Presentation?id=dfs8b73n_220g992czgw

Fonte: http://fisioterapiamazonas.blogspot.com

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Os efeitos terapêuticos da posição prona na Síndorme do desconforto respiratório


Fisioterapeuta e supervisora de aprimoramento da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – Hospital São Luiz Gonzaga, formada em 2003 pela Uniplac/Farplac – Brasília/DF, pós graduada em Fisioterapia Pneumo-funcional pela universidade Gama Filho, Mestranda em Fisioterapia Intensiva pela SOBRATI – Sociedade Brasileira de Terapia intensiva.OS EFEITOS TERAPÊUTICOS DA POSIÇÃO PRONA NA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO.

Palavras-chave: SDRA, posição prona e relação V/Q. THE THERAPEUTIC EFFECTS OF THE POSITION PRONA IN THE ACUTE RESPIRATORY DISTRESS SYNDROME Key-words: SDRA, prone position, relation V/Q.

OS EFEITOS TERAPÊUTICOS DA POSIÇÃO PRONA NA SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO

RESUMO:
A Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo(SDRA) é um evento grave de lesão do parênquima pulmonar caracterizada por dispnéia, diminuição da complacência pulmonar, aumento do shunt e hipoxemia refratária. Para melhorar a ventilação desses pacientes com SDRA, utilizou-se a posição prona como estratégia protetora para melhorar a oxigenação, a relação V/Q, a complacência pulmonar e diminuir o shunt pulmonar. Considerando as recomendações a cerca da utilização do decúbito prono, este trabalho teve como objetivo revisar criteriosamente seus efeitos terapêuticos no tratamento da SDRA, tendo em vista que a posição prona pode corroborar para um estado de estabilização e melhora do quadro agudo, embora ainda não esteja definido se esta estratégia diminui ou não a morbimortalidade na SDRA. Palavras-chave: SDRA, posição prona, relação V/Q.

ABSTRACT:
To Acute Respiratory Distress Syndrome (ARDS) is a grave event of wound of the parênquima pulmonary characterized by dispnéia, diminution of the pulmonary complacency, increase of the shunt and hipoxemia ovenproof. For it improve the ventilation of those patients with ARDS, utilized itself the position prona as protective strategy for improve to oxigenação, the relation V/Q, the pulmonary complacency and diminish the shunt pulmonary. Considering the recommendations to around the utilization of the prone position prono, this work had like objective overhaul sensible his therapeutic effects in the handling of the ARDS, having in mind that the position prona can corroborate for a state of stabilization and improves of the sharp chart, although still is not definite itself this strategy I diminished or not to morbimortalidade in the ARDS. Keywords: ARDS, prone position, relation V/Q.

INTRODUÇÃO:
A Síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) afeta provavelmente mais de um milhão de pacientes por ano, e é descrita como uma situação grave de edema pulmonar não cardiogênico, secundário à lesão da barreira alvéolo-capilar, acompanhada de dispnéia de instalação rápida, diminuição da complacência pulmonar e aumento do shunt, com conseqüente hipoxemia refratária. Desse modo, apenas 1/5 a 1/8 do parênquima pulmonar está sendo ventilado.
Para melhorar a ventilação desses pacientes, em 1974 foi descrita inicialmente por Piehl e Brown, a utilização da posição prona na SDRA, como uma estratégia protetora para melhorar a pressão parcial do O2 (PaO2), a relação ventilação/perfusão (V/Q), a complacência pulmonar, além de diminuir o shunt e promover recrutamento alveolar. (Slutsky, 2001).
Segundo Gattinoni et al. (2001), a ventilação em posição prona melhora a oxigenação em 60 a 70% dos casos, visto que promove melhor redistribuição das densidades pulmonares já que nos pacientes com SDRA ocorre uma distribuição não homogênea da ventilação alveolar e do edema intersticial.
Considerando as recomendações a cerca da utilização da posição prona no tratamento da SDRA, cabe aqui destacar os efeitos terapêuticos envolvidos, haja vista que uma melhor compreensão tanto da fisiopatologia da doença quanto dos mecanismos relacionados à sobrevida do paciente, podem ser de fundamental importância na tomada de decisões na prática clínica. Sendo assim, este artigo revisou criticamente as evidências científicas do uso da posição prona como estratégia de tratamento da SDRA.


ESTRUTURALIZAÇÃO:
Na síndrome do desconforto respiratório agudo as distribuições do edema e do colapso alveolares não são uniformes, predominando nas porções dorsais ou dependentes da gravidade. Ao mesmo tempo, a pressão pleural torna-se mais positiva também nas porções dorsais, favorecendo atelectasias nessas regiões. Com isso, a ventilação concentra-se nas porções ventrais, havendo uma grande área do pulmão não ventilado nas porções dorsais. Sendo assim, a perfusão pulmonar também não é uniforme. Os vasos das regiões dorsais anatomicamente apresentam menor resistência ao fluxo de sangue, recebendo maior parte do débito do ventrículo direito. Ao final, as regiões não ventiladas, ou seja, as dorsais ou dependentes, são as mais perfundidas, determinando um grande “shunt”, responsável pela hipoxemia na SDRA.
Para a inversão deste quadro, em 1976 foi utilizada a posição prona na SDRA, como uma estratégia terapêutica buscando uma melhora da oxigenação. Mure et al. (2000), realizou um estudo em porcos mecanicamente ventilados e utilizou a posição prona. Dessa forma, a distribuição da relação ventilação/perfusão foi mais uniforme, devido o aumento da homogeneidade do volume nesta posição. Ou seja, invertemos a ação da gravidade sobre o edema, que agora será distribuído para as regiões ventrais. Por outro lado, a diferença regional da perfusão pulmonar que não são dependentes da gravidade, também fica mais predominante na região dorsal aumentando a ventilação nesta área. O resultado final é a redução do “shunt” e melhora da hipoxemia.
Diversos autores já comprovaram a eficácia da posição prona em melhorar a oxigenação na SDRA. Sobretudo Nakos et al. (2000), que em seu estudo verificou que 75% dos pacientes com SDRA exibiram melhora de oxigenação quando colocados na posição prona, visto que o crescimento da Pressão arterial do O2 era persistente, sem efeito prejudicial hemodinamicamente, com uma diminuição da PaCO2 devido um aumento da ventilação alveolar, além da melhora na taxa de mortalidade.
Confirmando também essa redução na mortalidade, Stocker et al. (1997), associou a posição prona à ventilação mecânica com baixo volume e pressão limite que resultou numa diminuição da mortalidade, além de uma distribuição regional mais homogênea de inflação e, portanto redistribuição de ventilação na dorsal.
No entanto, Rotta et al (2003), relata que a posição prona melhora a oxigenação em 60 a 70% dos pacientes com SDRA, melhora relação ventilação/perfusão, mas necessariamente não traduz uma mortalidade reduzida. Na realidade, o uso da posição prona de fato não previne, nem atenua o avanço da ferida pulmonar em pacientes com SDRA.
São vários os efeitos terapêuticos da posição prona na SDRA. Messerole et al. (2002), descreveu alguns deles: aumento da capacidade residual funcional, reduzindo fechamento do ar no fim da expiração; drenagem mais eficiente de secreções; relação ventilação/perfusão mais uniforme promovendo portanto um efeito de recrutamento e aumentando a oxigenação, além de diminuir lesão pulmonar induzida pelo ventilador mecânico. Contanto, não se definiu se reduz ou não a morbimortalidade.
Num relato de caso de Ovalle et al. (2004), a posição prona favoreceu a melhora da oxigenação dos pacientes na maioria das vezes em que foi utilizada, porém algumas alterações hemodinâmicas que ocorreram durante a sua aplicação influenciaram a relação PaO2 / FiO2.
Dentro dessa mesma perspectiva, Pelosi et al. em dois estudos sobre posição prona fala sobre seus benefícios na SDRA. O primeiro e mais simples discute os efeitos fisiológicos da posição prona em pacientes com SDRA. Os principais são: melhorar oxigenação; melhorar os mecanismos respiratórios; homogeneidade para o gradiente pleural de pressão, a inflação alveolar e a distribuição de ventilação; aumento do volume pulmonar e redução áreas atelectasiadas; facilitar a drenagem de secreções e reduzir ferida pulmonar associada ao ventilador. O segundo e mais complexo, associa suspiro à posição prona e a posição supina e analisa em qual delas o benefício é melhor.Depois de testadas as posições e associado o suspiro, chegou-se à conclusão que a posição prona causou um aumento maior na PaO2. A posição prona aumentou a homogeneidade de inflação do pulmão, aumentando o potencial de recrutamento. A inflação do pulmão pode ser promovida com uma manobra de recrutamento, que consiste em periodicamente levantar a PaO2 acima do nível alcançado durante o volume corrente.
Além do mais, a posição prona aumenta a oxigenação arterial por reduzir o “shunt” intrapulmonar de sangue e ao mesmo tempo reduz a toxicidade potencial de O2 enquanto permite uma redução na FiO2, segundo Rialp et al (2001). Como a perfusão também é maior nas áreas dependentes, com a mudança de decúbito a distribuição da perfusão passa a privilegiar a região que estava mais aerada, atenuando o “shunt” pulmonar.
Contudo, Cakar em 2000, realizou um estudo que demonstrou que a junção da manobra de recrutamento mais a posição prona reduzem gradientes pleurais de pressão, ocasionando uma maior expansão pulmonar. Tudo isso em virtude de melhorar a oxigenação devido à homogeneização pulmonar ventral-dorsal, aumento da ventilação na dorsal e direcionamento de fluxo pulmonar sanguíneo preferencialmente à região dorsal, independente dos efeitos da gravidade.


CONCLUSÃO:
As evidências aqui apresentadas sugerem que a utilização da posição prona favorece a melhora da oxigenação dos pacientes com SDRA, na maioria das vezes em que foi utilizada, provavelmente por diminuir a heterogeneidade da relação ventilação/perfusão em todo o pulmão. Além disso, ocasiona um aumento na capacidade residual funcional, uma drenagem mais eficiente de secreções, relação V/Q uniforme promovendo um efeito de recrutamento e uma diminuição de lesão pulmonar aguda induzida pela ventilação mecânica.
Ao que tudo indica, essa estratégia ventilatória mostrou-se segura, não se associando a efeitos adversos. No entanto, não se definiu se seu uso rotineiro diminui a mortalidade e morbidade desses pacientes.
Reafirmamos então a observação feita por Gattinoni, na qual conclui-se que o decúbito prono na SDRA não causa apenas uma melhora transitória nas trocas gasosas, mas funciona como uma manobra de recrutamento com efeitos positivos a longo prazo.


REFERÊNCIAS:
1. Slutsky AS. The acute respiratory distress syndrome, mechanical ventilation, and the prone position. N Engl J Med 2001; 345: 610-611.
2. Stocker R, Neff T, Stein S, Ecknauer E, Trentz O and Russi E. Prone postioning and low-volume pressure-limited ventilation improve survival in patients with severe ARDS. Chest 1997;111:1008-1017.
3. Pelosi P, Tubiolo D,Mascheroni D, Vicardi P, Crotti S, Valenza F, and Gattinoni L. Effects of the Prone Position on Respiratory Mechanics and Gas Exchange during Acute Lung Injury. Am J Respir Crit Care Med 1998;157: 387–393.
4. Rialp G, Betbesé A J, Perez-Marquez M, and Mancebo J. Short-term Effects of Inhaled Nitric Oxide and Prone Position in Pulmonary and Extrapulmonary Acute Respiratory Distress Syndrome. Am J Respir Crit Care Med 2001; 164: 243–249.
5. Cakar N, Kloot TV, Youngblood M, Adams A, and Nahum A. Oxygenation Response to a Recruitment Maneuver during Supine and Prone Positions in an Oleic Acid–Induced Lung Injury Model . Am J Respir Crit Care Med 2000; 161: 1949–1956.
6. Pelosi P, Brazzi L, Gattinoni L. Prone position in acute respiratory distress syndrome. Eur Respir J 2002; 20: 1017–1028.
7. Nakos G, Tsangaris I, Kostanti E, Nathanail C, Lachana A, Koulouras V and Kastani D. Effect of the Prone Position on Patients with Hydrostatic Pulmonary Edema Compared with Patients with Acute Respiratory Distress Syndrome and Pulmonary Fibrosis. Am J Respir Crit Care Med 2000;161:360–368.
8. Pelosi P, Bottino N, Chiumello D, Caironi P, Panigada M, Gamberoni C, Colombo G, Bigatello LM, and Gattinoni L. Sigh in Supine and Prone Position during Acute Respiratory Distress Syndrome. Am J Respir Crit Care Med 2003; 167: 521–527.
9. Mure M, Domino KB, Lindahl SGE. Regional ventilation-perfusion distribution is more uniform in the prone position. J. Appl. Physiol 2000; 88: 1076–1083.
10. Messerole E, Peine P, Wittkopp S, Marini JJ, and Albert RK. The Pragmatics of Prone Positioning. Am J Respir Crit Care Med 2002; 165: 1359–1363.
11. Rotta AT, Kunrath CL, Wiryawan B. Management of the acute respiratory distress syndrome. J Pediatr 2003; 79(Suppl 2):S149-S60.
12. Marini JJ, Rubenfeld G. Pro/con clinical debate: The use of prone positioning in the management of patients with acute respiratory distress syndrome. Critical Care 2002; 6:15-17.
13. Broccard AF. The position prona in ARDS is we that look a half-empty or half-full glass? Chest 2003; 123: 1334-1336.
14. Ovalle CCIS, Soares SMTP, Oliveira RARA, Araujo S, Dragosavac D. Diferentes respostas clínicas com a posição prona na síndrome da angústia respiratória aguda. Relato de caso. RBTI 2004;16 : 276-278.
15. Gattinoni L, Tognoni G, Pesenti A. Effect of prone positioning on the survival of patients with acute respiratory failure. N Engl J Méd 2001; 345: 568-573.



FONTE:http://www.portaldafisioterapia.com/?pg=noticia&id=1084

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Neuroplasticidade cada vez mais possivel e rápida

O fator estimulador de colônias granulocitárias (G-CSF) é uma glicoproteína descrita há mais de vinte anos, e é largamente utilizada para tratamento de estados neutropênicos e no transplante de medula óssea. O G-CSF estimula células-tronco hematopoéticas e regula crucialmente a sobrevivência de neutrófilos maduros, pós-mitóticos, através da inibição da apoptose. Além do efeito sistêmico, mais recentemente tem-se demonstrado uma surpreendente atividade do G-CSF no sistema nervoso central. A administração de G-CSF mobiliza células-tronco e progenitoras da medula óssea para o sangue periférico, que, por sua vez, atravessa a barreira hemato-encefálica (BHE) e se dirige à área acometida do cérebro. A atividade do G-CSF no sistema nervoso central tem sido caracterizada como multimodal, pois, além do efeito mobilizador de células da medula óssea, demonstrou uma ação direta neuroprotetora através de diferentes mecanismos, tais como a atividade antiapoptótica em neurônios, regeneração da vascularização, efeito anti-inflamatório e estimulação da neurogênese endógena. Este relato sumariza a ação do G-CSF no sistema nervoso central e aborda seu potencial para o emprego no acidente vascular cerebral.


Abaixo temos a foto de tia Lurdes que toma G-CSF no café da manha.
- Batmotropismo: capacidade do coração de responder aos seus próprios estímulos.
- Blefarite: inflamação na pálpebra.
- Borborigmo: ruído da passagem de gases ou líquidos pelos segmentos do intestino.
- Bradisfigmia: pulsações abaixo de 60 ppm.
- Bromidrose: sudorese fétida.
- Bulimia: ingestão de pequenas quantidades de alimentos várias vezes ao dia.
- Cacosmia: sensação de cheiro desagradável.
- Canícea: pêlo branco.
- Celulite: inflamação no tecido subcutâneo.
- Ceratomalácia: amolecimento das estruturas oculares.
- Cisto Tireoglosso: nódulo na porção medial anterior do pescoço que desaparece quando põe-se a língua para fora.
- Claudicação Intermitente: dor na panturrilha ao caminhar; melhora sentado.
- Clínica Propedêutica: agrupa e sintetiza todos os Dados dos exames semiotécnicos e laboratoriais.
- Colestase: déficit na excreção da célula hepática; pode ter aumento da bilirrubina.
- Coloníquea: unha em forma de colher.
- Colúria: urina escura; cor de “Coca-cola”.
- Coma: perda da noção de tempo e espaço; não responde perguntas banais e não sente dor; apenas mantém funções cardíaca e respiratória.
- Constipação: fezes endurecidas, que demoram para serem eliminadas.
- Coréia de Sydenham: comprometimento piramidal relacionado com doença reumática..
- Coriza: derramamento passivo de secreção nasal.
- Cornagem: estenose das vias aéreas superiores.
- Cranioestenose: fechamento prematuro das suturas cranianas.
- Cronotropismo: capacidade do coração em gerar seus próprios estímulos.

sábado, 7 de agosto de 2010

Dicionário de Propedêutica

Lady's and Gentleman's Hoje acordei com um desejo de aumentar o vocabulário clinico alheio, principalmente em relação a terminologia em saúde na area propedêutica.
Então, como é um assunto muito extenso que criaria um post enorme, decidi postar uma letra por semana. Começando por???? Parabêns se respondes-te A é um sinal que não matasse aulas de português.

- Abasia: dificuldade de deambular.
- Aerofagia: deglutição de ar.
- Agenesia: ausência de pavilhão auricular.
- Ageusia: ausência da sensibilidade gustativa.
- Agnosia Tátil ou Asterognosia: perda da discriminação tátil.
- Alopércia: queda de cabelos.
- Alotriofagia: tendência a comer material repugnante, como fezes, casca de ferida...
- Amastia: ausência de mamas.
- Amaurose: perda da visão.
- Analgesia: perda da sensibilidade dolorosa.
- Anel de Schallski: próximo ao esfíncter inferior; causa disfagia intermitente; aparece em radiografias.
- Anestesia: perda da sensibilidade geral (dolorosa, tátil e térmica).
- Angina de Plati Vicent: hiperemia e placa branca nos lábios.
- Angina ou Faringoamigdalite: quando uma faringite leva à uma inflamação exuberante das amígdalas.
- Anidrose: ausência de sudorese.
- Anisomastia: tamanhos diferentes de mamas.
- Anorexia: perda do apetite.
- Anosmia: olfato ausente.
- Ânsia: contração rítimica dos músculos abdominais.
- Anúria: ausência de urina.
- Apetite: vontade agradável de se alimentar.
- Artéria em Traquéia de Passarinho: artéria dura, semelhante a uma traquéia.
- Astasia: incapacidade de ficar em pé.
- Astenia: indisposição.
- Asterognosia ou Agnosia Tátil: perda da discriminação tátil.
- Ataxia: incoordenação dos movimentos; pode ser atáxica (todos os testes de equilíbrio estão alterados, mas pioram com o paciente de olho fechado), cerebelar (todos os testes de equilíbrio estão alterados, mas não se alteram com os olhos fechados) ou funcional/fisiológica (é normal em crianças de até 1 ano e meio de idade).
- Atitude Genopeitoral: paciente em prece maometana; indica derrame pericárdico.
- Atitude Opstótona: paciente em decúbito dorsal formando um arco com a concavidade para baixo; pode indicar histeria, meningite.
- Atitude Opstótona: paciente em decúbito dorsal formando um arco com a concavidade para cima; posição fetal.
- Atitude Ortopnéica: paciente sentado com falta de ar e dispnéia.
- Atitude Pleurostótona: paciente em decúbito dorsal formando um arco com a concavidade lateralizada (mas o paciente costuma estar em decúbito lateral).
- Atitude Squating: de cócoras; indica cardiopatia congênita.
- Atricose: sem pêlos.
- Azia: sensação de queimação no epigástrio.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Material de dermatofuncional

Hoje trago a vocês um conjunto de materiais sobre dermatofuncional, são apostilas referenciadas e de um ótimo conteúdo cientifico. PAra baixar os arquivos faça a conta gratuita do site.
Abraços a todos e façam como as freiras abaixo consulte um fisioterapeuta dermatofuncional e estético.

Dermatofuncional I
Dermatofuncional II
Dermatofuncional III
Dermatofuncional IV
Dermatofuncional V


esteticafacial01
esteticafacial02
esteticafacial03
esteticafacial04